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Mostrando postagens de 2018
Música Quando eu e Anabel éramos adolescentes, havia no quarteirão ao lado do nosso, dois irmãos (Flávio e Raul), que formavam uma banda cover junto com dois amigos. Quando era dia de ensaio e escutávamos os primeiros acordes da guitarra, saíamos correndo e ficávamos escondidas numa esquina perto da casa deles só pra ouvir as músicas que estavam ensaiando (Anabel era apaixonada pelo Raul. Pronto, falei!). Todo show que eles faziam, dávamos um jeito de ir, mas nunca nos identificamos. Eu tinha mania de fazer uma lista de músicas beeem difíceis de serem tocadas, deixava no chão do palco na hora do intervalo, dizendo que era um pedido de uma fã. Geralmente eram umas 2 ou 3 músicas que eu sabia que eles não haviam ensaiado...heheheheh Eu e Anabel ficávamos observando de longe a reação de desespero deles! Formavam um círculo e ficavam discutindo se tocavam ou não, e geralmente para não decepcionar a fã… eles tocavam!De qualquer jeito, mas tocavam. Depois de um certo tempo, um dos irm
          Essa história aconteceu quando eu estudava no colégio das freiras. Os nomes foram trocados para preservar a identidade das pessoas que fizeram parte dela. Dessa vez resolvi quadrinizar só pra ver como fica... hehehe
            Dindim na Porta da Igreja Eu e minha vizinha (duas crianças que brigavam como cão e gato, mas que eram inseparáveis), passávamos em frente a igreja do bairro, quando avistamos uma boa quantia em dinheiro no chão. As cédulas estavam dobradas ao meio, bem no ponto de ônibus. Olhei e já  pensei: “Oba! Vou comprar um monte de guloseimas!” . Quando ia me abaixando pra pegar, minha amiga falou: “Espera, é pecado pegar esse dinheiro. Estamos na frente da igreja!”. Parei, olhei pra igreja, *nos benzemos arrependidas do que íamos fazer, e seguimos nosso passeio.    Mais adiante, ainda pensando naquele dinheirão lá, perdido, querendo ser usado, paramos e olhamos para trás…  Foi quando vimos um senhor parado, olhando para os lados, depois se abaixando e enfiando todas as cédulas no bolso.   Chegando em casa, contei pra minha mãe, que… bom, isso é uma outra história! *Hoje eu sou agnóstica teíst
     Desaprendendo Inglês. Aos 14 anos resolvi aprender inglês na escola mais bem-conceituada da cidade. Quando se tratava de educação, meu pai sempre fazia questão do melhor para mim. Não fazíamos parte da classe média alta, mas ele sempre se esforçava para investir no meu futuro. Serei eternamente grata ao meu pai por isso. Nessa escola eu me sentia pequena diante da posição social das outras alunas, e era excluída (ou me excluía) do grupo, pois o assunto nunca me interessava: quem morava no melhor bairro, quem frequentava o melhor salão “de beleza”, quem fez a melhor viagem ao exterior, quem usava a melhor grife, quem tinha sido destaque na coluna social…enfim, era uma eterna disputa de poder aquisitivo, e eu achava tudo aquilo muito fútil.  Minha melhor amiga era uma garota que também fazia parte da alta sociedade,mas que tinha um pensamento semelhante ao meu. Ela era excluída do grupo por ser mulata (havia muito preconceito naquele ambiente hostil). Rosinha era linda,
  Presente Sinistro…            Quando eu morava em apartamento, encontrei um filhote de gato bem pretinho abandonado na rua. Fiquei com dó, e levei ele comigo, mesmo sabendo que era proibido animais no prédio, e que eu teria que cuidar dele no meu quarto, sem que meus pais soubessem. Preparei caminha, coloquei água e comida. Só que ele não queria comer. Tentei de tudo, mas ele se recusava… No terceiro dia, bastante preocupada por ele não querer se alimentar, esvaziei meu cofrinho e levei aquele serzinho frágil a um veterinário que tinha na esquina do meu prédio (claro que a grana não dava para tanto, mas acho que ele ficou com dó de mim, e do animal). Nunca esqueci da expressão dele falando que a doença era “tifo gato”, e que provavelmente ele não iria sobreviver. Levei o bichano pro ap, e continuei a cuidar dele, só que, de repente, ele começou a dar saltos, ficou com os olhos esbugalhados e emitindo um grunhido terrível!  Fiquei com tanto medo, que subi na mesa, pois estava
Raposinha Triste.                                                                       Lembro que, na minha infância, havia na varanda de um casarão do bairro, três araras empoleiradas em grandes aros de aço. Faziam um barulho ensurdecedor quando passava alguém na rua. Outra casa, em outra rua, tinha um bicho preguiça que não saía do galho de uma árvore no jardim (tá, às vezes ele ia abraçado no pescoço do dono até a padaria, na hora de maior movimento). Era uma das atrações do bairro. Havia uma outra casa, com duas arvorezinhas no jardim, com plaquinhas de madeira, escrito: “pau brasil”. Já o nosso vizinho, criava uma Seriema cega de um olho (alguma criança perversa deu uma pedrada de estilingue), que vivia voando pelos telhados das casas, e passeando pelos quintais (às vezes eu me assustava com o tamanho dela, que era grande como uma ema). Era um bichinho exót
Vendedor de Amendoiiiiim!          Toda tarde,para alegria da criançada,  passavam vários vendedores ambulantes na rua. Vendiam algodão doce, tapioca, cuscuz, um doce chamado “nêgo bom”,outro de amendoim chamado“quebra queixo”(o nome já diz tudo! Era muito duro!hahaha),e doce japonês, que era um puxa-puxa preferido da garotada. Eram muitos doces, para alegria do dentista do bairro! heheheheh Mas o vendedor que mais me marcou, foi o do amendoim! Tirávamos o sossego dele, por vender amendoins estragados! De 10 amendoins, 5 eram podres! Quando escutávamos ao longe, a voz dele dizendo “amendoiiiiim!“, já nos preparávamos escondidas atrás do muro da minha casa (que meu pai nunca leia meu blog, pois ele não sabia disso), para responder em coro: “quatro podre e cinco ruim!”. O vendedor parava, olhava para os lados, não via ninguém, e seguia gritando “amendoiiiim!”, e nós respondendo “quatro podre e cinco ruiiiim!”. Ele sempre parando, tentando descobrir de onde vinham aquelas