Libertação
Não tenho boas lembranças dos 8 anos em que estudei num colégio de freiras. Sofri muito bullying tanto das alunas quanto das próprias irmãs, que de amáveis não tinham nada. Claro, havia uma exceção. Lembro bem da irmã Lily, a única que tratava todas as crianças com carinho e sem discriminação. As outras, desde as professoras até a madre superiora, se relacionavam com cada aluna de acordo com o status da família, a cor da pele e os presentes que ganhavam. Bom, mas o que eu quero falar aqui, é sobre um ato de liberdade que eu presenciei e guardei no coração até hoje.
Uma das freiras havia deixado o hábito, e não se falava em outra coisa no colégio. No sábado seguinte a esse fato surpreendente e escandaloso para os moralistas de plantão, houve uma festa de 15 anos na casa de uma das alunas. Como eu era da mesma turma da irmã da aniversariante, fui convidada. Surpreendendo a todos, a freira que havia deixado o hábito, estava lá, dançando, bebendo, fumando e conversando com os rapazes. A alegria dela vinha da alma e explodia no olhar, no sorriso e na dança. As pessoas só reparavam na bebida e no cigarro, mas eu, apesar da pouca idade, só via ali uma pessoa feliz que havia se libertado do que a oprimia.
Ela foi o brilho da festa!
Deus abençoe a libertação!
ResponderExcluir“Libertas quae sera tamen” Huhuuuuuu!
ExcluirSer feliz sempre incomoda! Afê
ResponderExcluirExatamente!
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