Raposinha Triste. Lembro que, na minha infância, havia na varanda de um casarão do bairro, três araras empoleiradas em grandes aros de aço. Faziam um barulho ensurdecedor quando passava alguém na rua. Outra casa, em outra rua, tinha um bicho preguiça que não saía do galho de uma árvore no jardim (tá, às vezes ele ia abraçado no pescoço do dono até a padaria, na hora de maior movimento). Era uma das atrações do bairro. Havia uma outra casa, com duas arvorezinhas no ...
Libertação Não tenho boas lembranças dos 8 anos em que estudei num colégio de freiras. Sofri muito bullying tanto das alunas quanto das próprias irmãs, que de amáveis não tinham nada. Claro, havia uma exceção. Lembro bem da irmã Lily, a única que tratava todas as crianças com carinho e sem discriminação. As outras, desde as professoras até a madre superiora, se relacionavam com cada aluna de acordo com o status da família, a cor da pele e os presentes que ganhavam. Bom, mas o que eu quero falar aqui, é sobre um ato de liberdade que eu presenciei e guardei no coração até hoje. Uma das freiras havia deixado o hábito, e não se falava em outra coisa no colégio. No sábado seguinte a esse fato surpreendente e escandaloso para os moralistas de plantão, houve uma festa de 15 anos na casa de uma das alunas. Como...